O JAPÃO É UM LUGAR ESTRANHO

Peter Carey, premiado com o Booker Prize por duas vezes, conta-nos as peripécias de uma viagem feita com o seu filho pelos espaços das cidades japonesas onde a cultura manga está presente de uma forma mais viva. Este é o volume mais recente da colecção da editora Tinta-da-China dedicada às viagens (os outros são dedicados a Paris, Índia e Pérsia) com coordenação do jornalista da TSF Carlos Vaz Marques. Destaque para a estratégia de marketing iniciada com este livro, que tem como base o Twitter, que já conta com mais de 1000 seguidores.

 

“O Japão é um lugar estranho”

Peter Carey

Editora Tinta-da-China, 2009

 

11`09“01 – A CURTA-METRAGEM DE SEAN PENN

Sean Penn não é apenas um completo actor de composição.

Um dia depois da merecida entrega do Óscar de melhor actor a um Sean Penn transfigurado em Harvey Milk, vale a pena lembrar o lado do realizador sensível e subtil, através da curta-metragem que Penn realizou em 2002 para o projecto 11`09“ 01. Este filme mosaico contou com a participação de inúmeros realizadores, que reflectiram sobre o impacto dos ataques terroristas do 11 de Setembro em curtas-metragens de aproximadamente 10 minutos. Penn traz-nos o retrato sensível da vida de um homem idoso (representado por Ernest Bornine), que deixou de poder partilhar pequenos momentos da vida com a sua mulher desaparecida nos atentados.

 

11’09”01
September11-USASegment, 2002
Realizador  

SeanPenn
Interpretação

Ernest Borgnine

 

 

 

 

 

ENTREGA DOS ÓSCARES – MEDLEY THE MUSICAL IS BACK!

A cerimónia nº 81 da entrega dos Óscares de Hollywood fica para a História como o espectáculo da reinvenção de uma gala que pouco tinha de novidade, trazendo aquilo que os americanos sabem fazer melhor: o espectáculo.

Hugh Jackman foi o verdadeiro mestre de cerimónias: cantou, dançou e divertiu. Mas o momento mais forte foi o medley de filmes musicais “The Musical is Back!”, que protagonizou ao lado de Beyoncé Knowles, com a coreografia a cargo de Baz Luhrman (o realizador de “Moulin Rouge”).

 

A VEREADORA ANTROPÓFAGA: UMA CURTA-METRAGEM DE ALMODÓVAR

 

Pedro Almodóvar regressa às curtas-metragens trinta anos depois do seu último pequeno filme, desta vez trata-se de um curto monólogo de pouco mais de 7 minutos, estreado no passado dia 13 no Canal +, em que Cármen Machi (apresentadora dos Prémios do cinema espanhol de 2009), interpreta uma vereadora de assuntos sociais que conta a uma mulher adormecida as suas maiores fantasias sexuais enquanto come uma fatia de pudim. Com várias referências a “Mulheres à beira de um ataque de nervos” (o gaspacho, a mulher adormecida, o cenário de cores berrantes), e rodado depois de “Abrazos Rotos”, “La Concejala Antropófaga” é um divertimento ao melhor estilo do Almodóvar dos primeiros filmes, que merece uma futura edição em DVD.

 

 

“La Concejala Antropófaga”

Pedro Almodôvar, 2009

 

 

 

 

 

DIÁRIOS DE VIAGEM

A capa do livro de Eduardo Salavisa faz-me lembrar os cadernos que, na minha infância, costumava ver nas papelarias de bairro. O interior, além de mostrar um cuidado arranjo gráfico desta edição da Quimera Editores, dá-nos a conhecer como estes pequenos cadernos são essenciais para os artistas quem têm o prazer de desenhar a vida que os envolve. E são 35 aqueles que nos mostram as suas pequenas obras de arte do quotidiano, além de serem relembrados os muitos artistas clássicos que tinham (e têm) também esta prática (Picasso, Le Corbusier, Siza Vieira). Finalmente é vista a importância pedagógica dos cadernos de artistas, e não faltam exemplos de desenhos, muitos desenhos.

Como complemento à obra gráfica, o artista criou inclusivamente um site diariografico.com

Diários de Viagem

Eduardo Salavisa

Quimera Editores

A DÚVIDA

Este é um dos meus cartazes preferidos da temporada, pelo jogo de olhares subtil transmitido entre as três personagens principais: irmã Aloysius Beauvier (interpretada por Meryl Streep), Padre Brendan Flyn (por Philip Seymour Hoffman) e Irmã James (Amy Adams). A primeira é uma freira cínica que desconfia que o pároco abusou de um estudante adolescente negro, e a Irmã James serve de ponto de equilíbrio deste conflito. Não há provas e a dúvida resiste na América da década de 1960, quando estavam para começar algumas transformações profundas na Igreja Católica.

Percebe-se pelo trailer que se trata de uma história claustrofóbica, limitada sobretudo a espaços fechados, que vive da grande tensão que surge do conflito entre os protagonistas, denunciando assim a sua origem teatral (interpretada em Portugal por Diogo Infante e Eunice Muñoz). O filme é adaptado da peça teatral com o mesmo nome da autoria de John Patrick Shanley, que é também realizador do filme. Quatro actores do elenco foram nomeados para quase todos os prémios da crítica e da Academia, pelo que se prevê um festival de arte dramática neste filme de actores.

 

 

 

Dúvida

John Patrick Shanley, 2008